quarta-feira, 8 de junho de 2011

- E o cúmplice?

- Bem, não há grande mistério nisso. Mas logo saberá tudo. Como está agradável o ar da manhã! Veja aquela pequena nuvem: ela flutua como uma pena rosada de um flamingo gigantesco. Agora a coroa vermelha do disco solar se ergue acima da camada de nuvens que investe contra Londres. Esse sol brilha para um bom número de pessoas, mas ninguém, aposto, cumpre uma missão mais estranha que a nossa. Como nos sentimos pequenos, com nossas ambições tão mesquinhas quanto nossos esforços, na presença das grandes forças elementares da natureza! Está bem adiantado na leitura do seu Jean-Paul?

- Relativamente. Cheguei a ele por meio de Carlyte.

- É o meso que acompanhar o regato até a fonte. Ele faz uma observação curiosa, porém profunda. Afirma que a maior prova da grandeza do homem está na percepção da sua própria pequenez. Isso demonstra, como você compreenderá, um poder de comparação e apreciação que é, em si mesmo, uma prova de nobreza. Há em Richter muita coisa que faz pensar. Não está com seu revólver, não é?


(Sir Arthur Conan Doyle. O Signo dos Quatro. Editora Martin Claret, 2009. p 75-76)

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